terça-feira, junho 07, 2011

...

É triste ver que nada sei.
Que em tudo erro
e em nada fico.
que vou passando sem deixar rasto,
memórias, saudades...
É triste ver que sou só isso.
Que nada em mim se eterniza,
que tudo passa e pouco deixo.
Não sou nada nem ninguém.
Sou apenas amarga, triste e fria,
à procura do que nunca encontrarei.

Perdida

Perco-me em tudo.
Por onde ando
o caminho é escuro.
Não há luz,
não há som,
não há nada.
Simplesmente nada!
A vida escorre-me entre os dedos,
sem que eu a consiga agarrar,
e tudo passa sem sentido.
E eu? Fico a ver,
mera espectadora de mim própria.
A ver os sonnhos que fogem
e as luzes que se apagam.
Uma a uma.
Imóvel.
Não tenho nada
e já tive tudo,
mesmo quando o tudo
parecia ser nada.
E agora, sim, resta-me esperar.
Aguardar serena a morte que me chama.

sexta-feira, junho 03, 2011

Procuro-te

És tu quem eu procuro
na escuridão que me cega.
É a tua voz que quero ouvir
no meio do silêncio que me invade.
Essa voz, que não cala como eu,
que surgia sempre em cada instante
e me trazia à vida.

Hoje procuro mas não te encontro.
E os meus olhos estão tristes
de não ver nada.
O meu corpo morre.
A minha alma perde-se.
Tudo é agora um labirinto escuro
em que não há nada.

E eu deixo-me ir...
De olhos tristes, 
corpo morto e alma perdida. 
Mas na esperança de te reencontrar
e reacender a vida que ainda resta em mim.