quarta-feira, dezembro 09, 2009

Ser Mulher



Este não é um post feminista, nem tão pouco de propaganda da condição feminina, mas sim um somatório de várias conclusões que se têm formado na minha cabeça.

Se pudesse ter escolhido, não escolheria a outra opção, embora estivesse ciente das facilidades que isso me traria na (ainda retrógrada) sociedade actual. Sou mulher e gosto de o ser e admiro todas, sem excepção. Não quero com isto parecer uma fundamentalista, que considera os homens seres inúteis nem as mulheres superiores. Mas não posso deixar de achar que temos, de facto, que superar bastantes desafios que não se colocam aos homens. É-nos exigido demasiado, embora nós o tenhamos reinvidicado, é certo, e isso leva, por vezes, a um desgaste exagerado da nossa condição humana de seres imperfeitos.

São nos impostos padrões de beleza surreais, praticamente inantigíveis, que nos retiram as características inatas e uniformizam tudo e todas, qual produção em massa. É óbvio que podemos ser sempre a excepção, mas isso também traz consigo uma série de consequências muito difíceis de ultrapassar. O modus pensantis actual é baseado em arquétipos que são alterados electronicamente, que não consegue resistir às pressões da moda e dos seus/suas ditadores/as.

A par disto, é importante mantermos a independência. Emocional, sentimental, financeira, profissional, física até... Queremos ser mulheres de sucesso, com boa aparência, boas gestoras familiares, desinibidas e sem complexos físicos e sexuais, boas mães, mulheres e, acima de tudo, independentes!

Queremos ser aquilo que não pudémos ser durante anos, aquilo que nos foi proibido e que, finalmente, conseguimos conquistar. Não tudo, pois temos ainda uma longa lista de limitações, mas estamos no bom caminho. Mas é inevitável concluir que é ainda muito mais difícil ser-se mulher do que homem!!

Um comentário:

  1. Isso tem muito que se lhe diga... Não digo que não tenhas alguma razão, mas pode é ser uma visão superficial da realidade.

    Pensa em pessoas sem-abrigo. Eu vejo sempre muito mais homens, e isso há-de ter uma razão de ser.

    Talvez um dia consigam essa plenitude de que falas, e seja um presente envenenado. Nunca se sabe. Pelo menos desconfio do excesso de simplicidade de algumas conclusões.

    Beijo

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