quinta-feira, setembro 24, 2009

quarta-feira, setembro 23, 2009

Desabafo




Há uma espécie de pais desta nova "geração de crianças super-protegidas" que considera que sabe tudo. Que acha que os professores são meros empregados ao seu serviço (especialmente quando se trata de ensino privado) e que têm, apenas, de se limitar a fazer o que eles querem, pois são eles que pagam. As crianças manipulam os pais e conseguem sempre que estes as desculpem em qualquer situação. Mesmo que seja por preguiça ou nenhuma vontade de trabalhar, lá vêm os pais a correr: "Ah, é que ele/ela teve muitos testes...". E as crianças habituam-se a isso mesmo: a não fazerem nada, a serem defendidos pelos pais em qualquer circunstância e a olhar para os professores como instrumentos que estão à mercê das suas vontades.



Pois eu, eu tenho pena destes pais que se deixam manipular pelos seus próprios filhos. Que consideram que eles não devem, em ocasião alguma, esforçar-se para além de um limite que é a mediocridade. Pais que, na realidade, acabam por usar contra os filhos a teoria de que as criancinhas não devem ser pressionadas e devem fazer tudo com prazer! É óbvio que sim, tudo deve ser feito com prazer, estou de acordo, mas... isso significa que as crianças passariam todo o dia a brincar, ou a ver televisão e jogar computador? Há coisas que eu, francamente, não consigo entender...



Aos 10 anos, eu quis deixar de estudar guitarra. E o que fariam os pais de hoje? Deixariam. Até porque dá muito trabalho, é mais uma chatice, mais uma coisa para me preocupar... Pois se a minha mãe tivesse feito o mesmo, hoje não seria quem sou! Na altura não compreendi e ripostei por me obrigar a continuar, mas hoje agradeço-lhe. Só espero que estes pais, mais tarde ou mais cedo, não se venham a arrepender, embora a minha intuição me diga que sim!!

terça-feira, setembro 22, 2009

Barenboim

Acabei de chegar (finalmente!!) a casa depois de um dia que parecia interminável, com aulas de manhã à noite e praticamente nehum tempo para respirar. Escrevo este post já com os olhos semicerrados (já estou a pé desde as 7h00...!) porque me é inevitável não falar do concerto que acabei de assistir: Daniel Barenboim a tocar com a Orquestra Gulbenkian os dois concertos de Beethoven. Não foi o melhor concerto que já vi, mas facilmente se percebe que estamos diante de um grande músico, de um grande conhecedor e de um grande Homem, que se empenha diariamente por grandes causas (nomeadamente o conflito israelo-palestiniano) usando o poder da música para o fazer. Foi, sem dúvida, um concerto inspirador e motivador, não só pelas fantásicas obras que interpretou mas igualmente pela sua presença e carisma! E ouvir Chopin, independentemente das obras, é sempre um prazer...

sábado, setembro 19, 2009

Mais uma semana...


Mais uma semana que finda e nos conduz a mais uma das muitas que hão-de vir. As aulas começaram e, pela primeira vez, vejo-me a dar aulas no ensino oficial, com todas as regalias e prejuízos que isso acarreta. Devo, no entanto, confessar que estou francamente surpreendida com os alunos que tenho. Uns melhores, outros piores, mas todos com imensa vontade de aprender e dedicar-se ao instrumento. É certo que ainda estamos no início, mas há coisas que se sentem logo. Estava mesmo farta de dar aulas a crianças que apenas procuravam passar o tempo, cujos pais os inscrevem com o intuito das poderem ir buscar mais tarde à escola e, desta forma, atenuarem os remorsos de não dedicarem aos filhos o tempo que merecem e, na maior parte do caso, necessitam!



Vamos ver como será daqui em diante, mas confesso que os 300 km que fiz hoje e as apenas 5 horas que dormi valeram a pena, pois tive belas surpresas!!

terça-feira, setembro 15, 2009

Infância


Quando somos crianças, achamos que a vida é feita de risos, de abraços e de amigos. Acolhemos cada pessoa no nosso coração achando que será para sempre. Não há maldade, competição, desilusões e as poucas tristezas que temos passam quase sempre depressa...


A infância é o nosso melhor estádio. É com ela que nos formamos e cultivamos as sementes do nosso futuro. Depois, pouco a pouco,  vamos aprendendo a aceitar que nem tudo será sempre assim! Que os amigos de outrora, com quem passámos grande parte dos nossos dias, não ficarão sempre connosco. Que cada um segue o seu caminho, muitas vezes bastante diferente, e que é muito difícil que se voltem a cruzar. Que se trabalha cada vez mais para conseguir alcançar um sucesso que é sempre relativo e que nos obriga a colocar outras coisas em segundo plano. Que a sociedade é feroz e nos passa por cima à mínima distracção. Que os dias, outrora cheios de risos e brincadeiras entre amigos, são passados num frenesim constante, num stress previsivelmente mortal e esgotante, na luta pelo melhor lugar em tudo!


Vejo pelos meus alunos, que as crianças de hoje não são como as crianças que eu fui. Não é uma crítica, porque o que é certo é que muita coisa mudou, mas sim uma constatação que, nalguns aspectos me entristece. Hoje as crianças vivem demasiado ocupadas para poderem brincar. Brincar tornou-se um luxo que, mesmo quando é feito, é feito com pressa e correria. Recorrem a consolas, computadores, uma panóplia de meios audiovisuais que lhes corta a imaginação e quebra o seu desenvolvimento. A televisão entra-lhes pela casa adentro horas a fio e, no fim, que aprenderam com isso??
É certo que nem tudo é negativo e que nem todas as crianças fazem parte desta massa domesticada pela tecnologia, mas este é, sem dúvida, um aspecto que me preocupa, tendo em conta que estas crianças serão o futuro desta Humanidade cada vez mais em risco de ruptura!


A infância transformou-se numa fase de pré-estádio adulto, com crianças assoberbadas por milhentas actividades extra-curriculares, cargas horárias inadaptadas à sua idade, pressões escolares e familiares para ser sempre o melhor em tudo, colégios elitistas que tentam educar em massa e não valorizar a especificidade de cada um! Mais tarde ou mais cedo, teremos que parar para pensar que este não será o caminho para o futuro. Que à escola compete um grande papel na formação e educação de uma criança, mas que é isso mesmo, uma escola, e não um depósito! E que são os pais que os devem orientar, ensinar, ajudar, em vez de os inscreverem em actividades com a justificação de ser um investimento. Porque o verdadeiro investimento reside na atenção, no saber ouvir, no tentar perceber o que cada criança pensa e sente, no saber dizer não na altura certa e sim quando é caso disso. Isto sim, é um investimento. Tudo o resto é supérfluo.

segunda-feira, setembro 14, 2009

palavras

Nem sempre dizemos o que pensamos na altura certa. Guardamos quase sempre para mais tarde ou depois, achando que esse depois pode ser adiado até uma altura que consideraremos certa. Procuramos esquecer que devíamos dizer o que sentimos para não sermos incomodados pelos remorsos de não o ter dito no momento adequado e por acharmos também que o outro estará sempre lá para nos ouvir quando nós quisermos finalmente falar.

 Há rituais que devem ser mantidos e outros que devem ser adquiridos. Todos devíamos ter a capacidade de dizer aos outros o quanto gostamos deles ou detestamos, o quanto gostamos de estar com eles, de os ver, ou o contrário. Porque muitas das vezes, gera-se um silêncio demasiado longo e forte para ser quebrado com essas palavras que guardámos para nós e o outro, esse, nem sempre lá está à nossa espera...

quinta-feira, setembro 10, 2009

Restyling

Estou orgulhosa desta nova imagem! :p

quarta-feira, setembro 02, 2009

restart

"Uma vida de sacrifício é o cume supremo da arte; é cheia de alegria verdadeira."

M. Ghandi                                          

Começa um novo ano, lectivo entenda-se, e com ele surgem novos desafios e propostas. A vida não é fácil e apercebo-me que é cada vez mais importante não deixar escapar algumas oportunidades, mesmo que para isso tenhamos que fazer grandes esforços e sacrifícios. Tenho a certeza que o saldo será positivo e, por isso, mesmo que o próximo ano se afigure complicado, estou cheia de energia e vontade para me lançar ao trabalho e dar o meu melhor!