quarta-feira, abril 01, 2009

João Botelho

Há dias, numa das minhas várias viagens de carro, ouvi na Antena 1 uma entrevista com o cineasta João Botelho. Confesso que não sou grande conhecedora do cinema português (conheço pouco mais que Manoel de Oliveira), mas fiquei curiosa em relação ao seu trabalho, devido essencialmente à filosofia que têm como base os seus filmes, segundo ele próprio explicava. Esta entrevista surgia a propósito do seu novo filme A Corte do Norte, baseado no romance homónimo de Agustina Bessa-Luís. Só este facto, por si só, despertou a minha atenção, pela iniciativa de divulgação da escritora portuguesa junto de públicos que, decerto, não a conheceriam de outra forma. Outra afirmação que achei curiosa foi o facto de Botelho considerar que nós, portugueses, dispomos de poucos recursos financeiros para a realização de filmes mas que não é por isso que os que fazemos não têm qualidade. Na realidade, estamos habituados a substimar o cinema português, a considerá-lo arcaico face à grande indústria cinematográfica americana, mas Botelho defende-se citando Manoel de Oliveira : "Se não temos dinheiro para filmar uma carruagem, filmamos uma roda. Tem é que ser muito bem filmada." De facto, se pensarmos bem, esta afirmação assenta na perfeição no perfil do povo português. Não temos dinheiro, mas detemo-nos nos detalhes, apreciamos os pormenores, o pôr-do-sol, uma flor, as pequenas coisas da vida... Penso que valerá a pena pensar nisto!
Já agora, aqui fica o trailer do filme A Corte do Norte:

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