Esta história da troca da bandeira de Lisboa pela bandeira monárquica, realizada por dois membros monárquicos do 31 da Armada, é, na realidade, um facto histórico no que conta à falta de interesse que o acto em si contém. Que nos interessa a nós ter uma bandeira monárquica hasteada na varanda dos Paços do Concelho? Francamente não percebo o porquê desta histeria e quase glorificação dos autores desta proeza... Que esperavam? Que fôssemos todos a correr votar no Partido Monárquico nas próximas eleições legislativas? Que houvesse um golpe de Estado devido a um furto da bandeira que, por direito, merece estar hasteada na CML? Penso que nenhum de nós, pelo menos os mais clarividentes e bem informados, deseja ter um Rei como D. Duarte de Brangança, em que a única sensação possível de realizar nos seus "súbditos" seria a de riso incontrolado quando decidisse proferir uma palavra!
A Monarquia foi, em tempos, algo possível e verosímil. Actualmente penso que é totalmente descabido, surreal e impossível pensar-se em algo semelhante e parece-me que estes senhores do 31 da Armada se deveriam ocupar em realizar actos heróicos mais significativos, proveitosos e com algum sentido, ao invés de andarem a subir a escadotes para trocar bandeiras que nenhum real significado têm na situação actual do país. "Restaurar a legitimidade monárquica"?? Só se fosse eu a Rainha...
P.S.: Não é que eu não concorde, mas penso que as nossas forças policiais deveriam aproveitar o ritmo célere com que detiveram os responsáveis e solucionaram este caso da bandeira para tentar resolver outros um pouco mais importantes... Como o da "cegueira repentina" do Santa Maria, em que andamos há mais de duas semanas a tentar descolbrir quem trocou o Avastin e até agora nada. O que é certo é que, nesta situação, houve um real e muito grande prejuízo...
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